sábado, 9 de abril de 2011

OMS eleva Poluição Sonora para 2º lugar

Recentemente participei do 1º Encontro Nacional de Sustentabilidade Acústica na Arquitetura em São Paulo (06 e 07 de abril de 2011), montado pela nova Associação Brasileira para a Qualidade Acústica. Neste encontro tive oportunidade de assistir varias palestras muito interessantes, entre elas:

1. Acústica Aplicada na Arquitetura: Edifícios de Vanguarda, apresentada pelo Arq. Marcos Holtz.
2. Sustentabilidade no Mercado Imobiliário e Certificação ambiental, apresentada pelo Eng. João Marcelo Gomes Pinto.
3. Escolas Públicas de São Paulo, apresentada pelo Eng. Fábio Micelli.
4. Paisagem Urbana Sonora Urbana e Gestão de Ruídos, apresentada pelo Eng. Davi Akkerman.
5. Soluções acústicas Relacionadas ao Conforto Ambiental, apresentada pela Arq. Débora Barreto
6. Experiência da Tecnisa na Análise, Verificação e Cumprimento da Norma Desempenho ABNT NBR 15575, apresentada pelo Eng. Mauricio Bernardes
7. Acústica na Espanha, apresentada por Juan Frias, Presidente da Associação Espanhola para Qualidade Acústica.

Todas as palestras foram muito bem preparadas e despertaram a real atenção do público participante, mas as duas últimas me chamaram mais atenção pelos seguintes motivos:

Na palestra do Eng. Mauricio da TECNISA, nos foi mostrado o esforço que a empresa vem dedicando a melhoria da qualidade acústica de seus empreendimentos, buscando cada vez mais o conforto ambiental e sustentável em suas obras e a permanente preocupação com o bem estar dos moradores de suas obras. Falou inclusive que a empresa tem hoje um CADERNO DE DIRETRIZES para os problemas acústicos de suas obras e que a cada “erro/reclamação” constatada, o caderno sofre nova inserção. Ele foi autor da seguinte frase:

“Quando se acha que se têm todas as respostas, o cliente muda a pergunta.”

Já na palestra do Sr. Juan Frias da Espanha, alem de mostra todo o trabalho que é feito na Espanha em relação aos problemas acústicos urbanos e das edificações, na constante busca das adequações em relação à legislação e as exigências dos moradores das grandes cidades, comparativos com outros países da Europa, entre outras coisas, em determinado momento ele citou em sua palestra que a OMS (Organização Mundial de Saúde) havia recentemente mudado a Poluição Sonora para o 2º lugar (antes era em 3º), ficando atrás apenas da Poluição Atmosférica, fiquei curioso com a afirmação e ao final da palestra perguntei sobre sua afirmação e ele me confirmou e me explicou o porque de sua informação, que abaixo transcrevo para vocês.

Novas evidências da OMS sobre os efeitos do ruído na saúde relacionados com o tráfego na Europa

Bona, Copenhague, 30 mar 2011

O ruído, principalmente o relacionado com o tráfego é responsável por mais de

1.000.000 de vidas saudáveis levadas anualmente a problemas de saúde, incapacidade ou morte prematura, nos países ocidentais na Região Européia da OMS. Esta é a principal conclusão do primeiro relatório de avaliação do impacto da doença de ruído ambiente na Europa, divulgado hoje (30/03/2011) pela OMS / Europa. O ruído provoca ou contribui não apenas aborrecimento e transtorno do sono, mas também ataques do coração, dificuldades de aprendizagem e zumbidos no aparelho auditivo.
"A poluição sonora não é apenas um incômodo do ambiente, mas também uma ameaça para a saúde pública", disse Zsuzsanna Jakab, Director Regional da OMS para a Europa. "Esperamos que esta nova evidência force os governos e autoridades locais a introduzirem políticas de controle de ruído em níveis nacional e local, protegendo assim a saúde dos europeus a partir da constatação deste perigo crescente."
Dentre os fatores ambientais na Europa, o ruído ambiente leva a uma carga de doença que hoje é a segunda em magnitude, perdendo somente para a poluição do ar. Um em cada três pessoas tem experiências de incômodo durante o dia e um em cada cinco sofrem perturbação o sono à noite por causa do ruído do trânsito, ferrovias e aeroportos. Isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares e pressão arterial elevada.
A nova publicação apresenta os resultados de um estudo internacional, coordenado pela OMS/Europa e apoiado pela Portaria Conjunta da Comissão Européia de Investigação (CCI), que revisa as evidências sobre os efeitos na saúde, fornece orientação para quantificar os riscos do ruído ambiental e estimativas da carga de doença nos países da Europa Ocidental. Uma melhor vigilância e recolha de dados são necessários no sudeste da Europa e da Ásia Central, onde a falta de dados sobre a exposição inibe as estimativas da extensão dos efeitos na saúde nestas partes da Região.
"Esta nova revisão da OMS, contribui para o processo de investigação na União Européia. Desejamos que influencie na atualização da diretiva da União Européia de forma a incluir valores-limite mais rigorosos para a poluição sonora, e que pode ser estendido para outras partes da região ", comenta Rok Ho Kim, cientista, Ruído e Saúde da OMS / Europa , que coordenou o projeto da OMS para a elaboração do relatório.
"Para proteger a saúde pública do ruído ambiental, a colaboração entre a OMS / Europa, a Comissão Européia e a Agência Européia do Ambiente é cada vez mais reforçada, com o objetivo de implementar de forma sinérgica a Declaração de Parma de 2010 e diretrizes relacionadas com o ruído da União Européia. Esta colaboração é ativado por um quadro comum de ruído-avaliação metodológica (Cnossos-UE) que está sendo desenvolvido pela Comissão Européia, "diz o Dr. Stylianos Kephalopoulos, coordenador de Cnossos-UE.

Esta publicação é principalmente para os gestores políticos, especialistas, agências de apoio e outras partes interessadas que precisam estimar e agir sobre os efeitos do ruído ambiente. Ele fornece a base para a revisão das orientações da OMS sobre o ruído, que os Estados-Membros solicitaram a Quinta Conferência Ministerial sobre Meio Ambiente e Saúde, realizada em Parma, Itália, em 2010.

http://www.euro.who.int/en/what-we-publish/information-for-the-media/sections/latest-press-releases/new-evidence-from-who-on-health-effects-of-traffic-related-noise-in-europe

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